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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Um novo olhar, um novo caminho.

 Fonte: http://biblioufcspa.blogspot.com.br/2012/04/cientistas-terao-que-justificar-uso-de.html



Um novo olhar, um novo caminho...

Nathalia Patrocinio Pereira

Meu caro leitor gostaria que ao menos uma vez se concentrassem nestas palavras e pensassem no quanto é importante seu conhecimento para com elas. Que suas mentes possam se abrir diante do novo, e que seus olhos criem novas perspectivas e quem sabe, novos rumos.
Sabemos sobre a Lei 6638, de 08 de maio de 1979, Art. 3  que diz que a vivissecção não será permitida: sem o emprego de anestesia; em centros de pesquisas e estudos não registrados em órgão competente; sem supervisão de técnico especializado; com animais que não tenham permanecido mais de 15 (quinze) dias em biotérios legalmente autorizados; em estabelecimento de ensino de 1º e 2º graus e em quaisquer locais frequentados por menores de idade. Entretanto a utilização de animais para fins didáticos ainda é uma metodologia utilizada nas universidades, que descumpre a própria lei, mas negam dizendo não existir metodologias alternativas. Por ser uma pratica que vai contra o principio ético de muitos estudantes o uso de animais na educação vem sendo cada dia mais questionado.
Um dos pontos positivo da metodologia alternativa é que esses métodos são condizentes com os princípios éticos e morais de todos os estudantes, inclusive daqueles que se opõem ao uso de animais para tais fins didáticos. Um outro ponto positivo é que a metodologia alternativa permite que o aluno repita a pratica proposta quantas vezes achar necessário, o que sem duvida facilita o aprendizado. O custo dos métodos alternativos é também mais um ponto positivo. É sabido que os gastos com a compra dos métodos alternativos ao final saem mais barato do que o custo de um biotério que exige gastos tais como: substâncias laboratoriais, equipamentos, corpo técnico envolvido, armazenamento, produção, alimentação, energia e água para a manutenção destes animais. Mais um ponto positivo é que estudantes que utilizam métodos alternativos em aulas praticas aprendem igualmente e em alguns casos até melhor que estudantes cuja aula se utilizou animais (GREIF, 2003).
Há muitos pontos críticos ao uso de animais na educação. Sabe-se que muitos animais utilizados em biotério são animais exóticos, dessa forma é importante ressaltar o grave desequilíbrio ecológico que pode ocorrer caso algum desses animais fuja do biotério. A introdução de espécie exótica em nosso ambiente pode comprometer seriamente a nossa fauna quando o animal passa a competir com as espécies nativas. Um outro ponto critico ao uso de animais na educação é o constrangimento e repudio a prática assistida. Os estudantes que porventura possuírem, ainda que inconscientemente, alguma consideração quanto ao fato de cortar um animal saudável desnecessariamente, estarão preocupados demais para conseguirem se concentrar no conteúdo transmitido pelo professor (GREIF, 2003). Isso por sua vez pode dar margem a interpretações confusas nas aulas. Um outro ponto critico é a dessensibilização estudantil. A progressão da dessensibilização é notada quando muitos animais utilizados em dissecação aparecem mutilados, sem ter sido esse o objetivo da aula. O animal destinado para fins científicos é coisificado, afastado da condição de sujeito para que a prática seja aceitável (GREIF, 2003). Os animais são vistos como objetos de descarte. É muito contraditório para estudantes da área da saúde matar para salvar, desrespeitar para respeitar (GREIF, 2003).  O proposito dos cursos da área da saúde é salvar vidas e amenizar a dor dos pacientes, é contraditório que na preparação desses profissionais os mesmos estes estejam causando morte e sofrimento de animais (GREIF, 2003).
Existem muitos métodos alternativos, mas ainda não a quantidade que deveria. Para existir mais métodos é necessário primeiramente querer deixar o tradicionalismo de lado e ao menos ter curiosidade para utilizar novas metodologias. É importante que professores e alunos criem juntos os métodos, unindo, portanto o conhecimento cientifico do educador com o do educando. Muitos professores ou por não acreditarem ou por simplesmente comodismo não buscam aprender novas metodologia de aula, simplesmente repudiam as inovações. Vivemos acostumados ao cotidiano ao tradicional. Acostumamos a não olhar para fora e porque não olhamos para fora, logo acostumamos a não abrir todas as cortinas. (COLASSANTI, 1996). Atualmente encontramos metodologias alternativas no site: http://www.1rnet.org/ bem como em outros centros universitários que já adotaram essa nova pratica. Existem filmes, vídeos, auto experimentação, testes in vitro, simulação computadorizadas, bonecos, além de animais em óbito vindos de clínicas e do IBAMA.
Segundo o código de ética do profissional Biólogo Art. 2º - Toda atividade do Biólogo deverá sempre consagrar respeito à vida, em todas as suas formas e manifestações e à qualidade do meio ambiente.  Segundo o código de ética do profissional do Médico Veterinário Art. 25.  V - usar os animais em práticas de ensino e experimentação científica, somente em casos justificáveis, que possam resultar em benefício da qualidade do ensino, da vida do animal e do homem, e apenas quando não houver alternativas cientificamente validadas. Portanto vale a pena avaliar os juramentos realizados em momentos de formação. Talvez poucos alunos já leram o código de ética dos seus cursos e ainda assim atuam no mercado de trabalho.
O mercado de trabalho por sua vez busca profissionais de maior sensibilidade. Procura por profissionais que saibam questionar, que sejam inovadores e criativos. Ao contrario muitas universidades propõem metodologias tradicionais inquestionáveis criando alunos alienados que não sabem questionar, que não sabem fazer perguntas, apenas aprendem a respondê-las. A falta de questionamento e comportamento crítico por parte dos alunos é algo inquietante. Justamente aqueles que deveriam questionar são movidos pela aceitação e pelo sistema fordismo, onde ao final, todos são estritamente iguais. Portanto, a busca pelos métodos alternativos, incentivam novos olhares, estimula o potencial criativo dos estudantes e professores, possibilita a utilização de variadas metodologias de ensino, deixando pra traz metodologias arcaicas e que sem duvida desrespeitam a vida.
Sinto-me envergonhada por pertencer à mesma espécie de quem suja suas mãos de sangue dor e frieza, em busca de seus próprios interesses. O meu objetivo não é mudar a cabeça do ser humano, mas possibilitar que ele encontre um novo caminho.


REFERÊNCIAS

COLASANTI, M. Eu sei, mas não devia, Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996.


GREIF, S. Alternativas ao uso de animais vivos na educação, São Paulo: Instituto Nina Rosa 2003.

Métodos Substitutivos. Disponível em:<http://www.1rnet.org/>Acesso em: 10 de setembro de 2013.

Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Parabéns pelo texto, muito bem escrito e com excelentes citações.

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